Família
biológica, família espiritual, família cósmica. Mas afinal o que é família?
Podíamos dizer que é um agrupamento de pessoas que se juntam em torno de um
objetivo comum? Talvez sim. Quando vejo certas posturas de pessoas ditas da
família, mas não biológica, vejo que posso classificar como sendo um grupo de
pessoas em busca de um objetivo comum porque as colocações são bem parecidas e
fica visível como são grupos de amigos e de inimigos juntos caminhando em busca
de aperfeiçoamento.
Os
relatos que ouvimos, as acusações e os sentimentos mal resolvidos que aparecem
de repente, mas que não são de repente, mostram o nível e a quantidade de
conflitos mal resolvidos ao longo da história.
Mas
há também o outro lado. O daqueles que se amam profundamente e trabalham em
sinergia profunda, dando a entender a quantidade de experiências vividas e
trabalhadas ao longo dos tempos, que os tornaram parceiros, no mais profundo
sentido da palavra.
Porém,
e apesar de tudo, a família biológica é a base para que o espírito nela
reencarnado possa agir de forma mais consciente de suas responsabilidades. Se a
ele for dado os valores e educação mínimos ao aprendizado, com certeza será um
adulto mais responsável. Porém isto não o isenta de buscar aprimoramento — compromisso
pessoal —, isso faz parte do conjunto de experiências vivenciadas no decorrer
de sua vida espiritual.
Cada
vez que nasce numa família capaz de lhe transmitir algo mais, como segurança e
conceitos altruístas, mais ainda ele crescerá. Cabe aos pais, mais que
palavras, darem exemplo de como ser uma pessoa de bem e de caráter.
O
espírito Alex Zarthú fala em seu livro Superando os desafios íntimos,
psicografia de Robson Pinheiro e editado pela Casa dos Espíritos Editora, de
forma brilhante a seguinte frase: “A família precisa erguer-se em bases sólidas
de amor e estruturar-se no diálogo claro e construtivo. Os valores morais
precisam ser reacendidos no altar doméstico através do estudo e da vivência do
Evangelho. (…)”, ou seja, sem amor e Evangelho fica difícil edificar bases
sólidas para formar um adulto consciente de seu deveres enquanto ser universal
e, portanto, responsável por cada um de seus atos.
O
grande diferencial para um bom terapeuta é saber se colocar diante de seu
consulente tal qual um pai ou mãe, que sabe ouvir, sem se envolver
emocionalmente, dar orientações e mostrar opções de escolhas, mas a decisão
sempre será do outro. O caminho escolhido será sempre dele.
Portanto, cabe a nós
terapeutas ou apenas pessoas que escolheram seguir o caminho, a arte do ouvir,
saber qual o momento de falar e qual o momento de calar respeitando as escolhas
de cada um.
Ademildes Rodrigues | www.essencialsaude.com.br