quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Família


Família biológica, família espiritual, família cósmica. Mas afinal o que é família? Podíamos dizer que é um agrupamento de pessoas que se juntam em torno de um objetivo comum? Talvez sim. Quando vejo certas posturas de pessoas ditas da família, mas não biológica, vejo que posso classificar como sendo um grupo de pessoas em busca de um objetivo comum porque as colocações são bem parecidas e fica visível como são grupos de amigos e de inimigos juntos caminhando em busca de aperfeiçoamento.
Os relatos que ouvimos, as acusações e os sentimentos mal resolvidos que aparecem de repente, mas que não são de repente, mostram o nível e a quantidade de conflitos mal resolvidos ao longo da história.
Mas há também o outro lado. O daqueles que se amam profundamente e trabalham em sinergia profunda, dando a entender a quantidade de experiências vividas e trabalhadas ao longo dos tempos, que os tornaram parceiros, no mais profundo sentido da palavra.
Porém, e apesar de tudo, a família biológica é a base para que o espírito nela reencarnado possa agir de forma mais consciente de suas responsabilidades. Se a ele for dado os valores e educação mínimos ao aprendizado, com certeza será um adulto mais responsável. Porém isto não o isenta de buscar aprimoramento — compromisso pessoal —, isso faz parte do conjunto de experiências vivenciadas no decorrer de sua vida espiritual.
Cada vez que nasce numa família capaz de lhe transmitir algo mais, como segurança e conceitos altruístas, mais ainda ele crescerá. Cabe aos pais, mais que palavras, darem exemplo de como ser uma pessoa de bem e de caráter.
O espírito Alex Zarthú fala em seu livro Superando os desafios íntimos, psicografia de Robson Pinheiro e editado pela Casa dos Espíritos Editora, de forma brilhante a seguinte frase: “A família precisa erguer-se em bases sólidas de amor e estruturar-se no diálogo claro e construtivo. Os valores morais precisam ser reacendidos no altar doméstico através do estudo e da vivência do Evangelho. (…)”, ou seja, sem amor e Evangelho fica difícil edificar bases sólidas para formar um adulto consciente de seu deveres enquanto ser universal e, portanto, responsável por cada um de seus atos.
O grande diferencial para um bom terapeuta é saber se colocar diante de seu consulente tal qual um pai ou mãe, que sabe ouvir, sem se envolver emocionalmente, dar orientações e mostrar opções de escolhas, mas a decisão sempre será do outro. O caminho escolhido será sempre dele.
Portanto, cabe a nós terapeutas ou apenas pessoas que escolheram seguir o caminho, a arte do ouvir, saber qual o momento de falar e qual o momento de calar respeitando as escolhas de cada um.

Ademildes Rodrigues | www.essencialsaude.com.br