Somos crianças. Isso mesmo somos
crianças. Seres ainda em processo – talvez acelerado devido à necessidade de
aprendizado –, para viver uma realidade mais condizente com a realidade do
espírito que é velho, porem infantil.
Ao observarmos o comportamento
das pessoas de modo geral, vemos seres adormecidos, de olhares e mente vazios.
Veem mas não enxergam, vivem de aparências e muito distantes da realidade
cósmica. O tempo passa, a idade cronológica passa e chegam à velhice ainda crianças
querendo a mamadeira, o chocalho, o vídeo game. Porém a mamadeira alguém deve
preparar e o chocalho nada mais é do que um instrumento para chamar a atenção
para si.
O sono é profundo e a maturidade
psicológica muito distante. E eu pergunto: há possibilidade de crescimento?
Existe alguma possibilidade de mudar este padrão comportamental e sair da
posição de criança para, no mínimo, passar para a adolescência? É possível ver
além das aparências? Se a análise for feita puramente no âmbito externo a resposta
para todas estas perguntas seria não. Não há. Porém ao analisar o ser com a
consciência eterna, a resposta é sim. Sim para todos.
A vida é um grande laboratório
onde vários experimentos são feitos. Alguns dão certo de imediato, outros
precisam de ajustes, mas todos servem de aprendizado que gera conhecimento.
Ao observar este comportamento, é
também interessante olhar para si e perguntar: será que estou olhando para um
espelho? Será que ajo assim? Será que também faço pirraça quando tiram o meu
brinquedo? Será que o meu “carrinho” foi tirado porque está na hora de eu
pensar em carros maiores, em projetos mais ousados?
Pensar na possibilidade de se
colocar no lugar do outro é ter coragem de se observar, é se compreender, é
aceitar que comete erros, mas que é possível acertar e acertar muito. Falta ao
ser humano procurar ouvir e entender a necessidade do outro, a dor do outro, o
sofrimento, o desespero, a amargura do outro. Aceitar que muitas vezes o que o
outro quer é um pouco de atenção e carinho e que nem sempre, mas muitas vezes,
ele está batendo o chocalho violentamente, desesperadamente em busca de um “Oi,
como você está? Como foi o seu dia?”.
Pense nisso e busque transformar
sua forma de ver o mundo e as pessoas que nele habitam.
Ademildes Rodrigues | www.essencialsaude.com.br
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