Ele respondeu: ouvia tua
voz no jardim e tive medo, porque estava nu e escondi-me. Perguntou-lhe Deus:
Quem te mostrou que estavas nu? Comeste da árvore de que te ordenei que não
comeste? Gn 3:10-11
A culpa
é um dos grandes entraves na sociedade dos humanos. A grande maioria das
pessoas vive imersa em seus processos íntimos de tal forma que não despertaram
para a possibilidade de fazer um contato mais estreito com suas emoções.
Algumas até, acredito, não sabem que possuem algo além do comer, beber e
dormir.
Não
analisando, mas comparando o diálogo de Adão com Deus no mito Adão e Eva que
está em Gêneses, é possível observar como esta culpa está arraigada na mente e
na cultura da humanidade. O hábito de se esconder e responsabilizar o outro por
seus infortúnios vem de uma era muito distante. Talvez isso explique, mas não
justifica, este sentimento tão encrustado nas entranhas do ser pensante.
Onde estou? Quem sou eu? Qual
meu papel na sociedade? São perguntas que talvez Adão e Eva tenham feito ao
descobrirem-se nus. Estas são as mesmas perguntas que nos ouvimos fazer e
ouvimos daqueles que nos procuram nos consultórios de terapia.
Por
outro lado, ao admitir-se nu do sucesso, nu de felicidade, nu de dinheiro, nu
de emoções positivas, chega-se à belíssima conclusão de que é o momento de se
vestir. Quando a ideia de vestir-se chega à mente consciente, é porque o
indivíduo entendeu que aquele caminho não lhe tem mais utilidade e que,
portanto, é hora de admitir a situação atual e buscar novos entendimentos. Pode
até ficar mais fácil estando nu, afinal não estando vestido o trabalho de
despir-se fica economizado.
Mas eu
pergunto: não tem nada mesmo? Dizer que não que não é possuidor de nada é
negar-se, pois todos têm algo para ofertar. É preciso sim despir-se de
sentimentos e emoções que não levam ao crescimento, mas é importante reconhecer
o que há de melhor em si e, a partir deste ponto, reformular o que não está no
mais alto nível de perfeição e torná-lo no mínimo, aceitável.
Afinal
onde estou? Você está em um planeta maravilhoso com imensas possibilidades ser
uma pessoa muito feliz, realizada e sorridente.
Quem
sou eu? Sou aquele ser em busca constante de aprendizado vivendo num planeta
maravilhoso que oferece uma infinidade de possibilidades de ser feliz,
realizado, sorridente e amado.
Qual o
meu papel na sociedade? Qual poderá ser o papel de uma pessoa feliz, realizada,
sorridente e amada que vive num planeta maravilhoso? Ao fazer esta pergunta de
forma consciente a resposta fluirá com naturalidade.
Sendo assim, proponho
refletir sobre como se fazer útil e levar ideias de utilidade para outros. Só
seremos verdadeiramente felizes quando nos sentirmos úteis, servindo, amparando
e acima de tudo amando.
Ademildes Rodrigues
www.essencialsaude.com.br
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